A construção de uma sociedade inclusiva torna-se fundamental para a consolidação e desenvolvimento do estado democrático, em que a educação inclusiva é uma parte integrante e essencial. Assim, o princípio da inclusão se globaliza, as teorias e práticas inclusivas passam a ser defendidas em muitos países, inclusive no Brasil.
Devido a implementação de políticas públicas voltadas para inclusão escolar, a quantidade de alunos com deficiência nas classes regulares aumentou, colocando, cotidianamente, gestores e professores à prova, diante do desafio de construírem saberes capazes de satisfazerem as demandas provenientes do meio escolar, que vão desde a simples convivência à aprendizagem na diversidade.
A inclusão na escola é somente uma das facetas da inclusão na sociedade, e é dever da escola e dos educadores firmar esse compromisso garantindo aos educandos sua inclusão em todos os aspectos (educacional, social, cultural e pessoal).
Percebe-se que a temática da inclusão das pessoas não é algo novo, mas que a mesma vem se transformando e buscando novos caminhos para proporcionar o acesso a uma educação digna e de qualidade a todos, respeitando e valorizando a origem, raça sexo, cor, idade e qualquer outra característica identitária.
A preocupação por práticas educativas sensíveis às diferenças, está cada vez mais presente no cotidiano escolar. A inclusão em uma perspectiva multicultural, leva a ampliar nossos olhares quanto às diferenças, acolhendo-as como enriquecedora, diante do contexto escolar. Ambiente este que é rico em sua diversidade, e muitas vezes marcado por conflitos e relações de poder. Porém, se mediado por profissionais multiculturalmente comprometidos, pode vir a ser acolhedor e respeitoso, profícuo de oportunidades, em que todos, sem exceção, possam fazer valer sua voz, sem exclusão, sem medo e sem preconceito.
Através de análises voltadas para as escolas, verifica-se a necessidade de uma inclusão multicultural, porque apesar não apresentar nenhuma menção direta ao multiculturalismo, faz referências ao ato de incluir em suas proposições, enfocando o respeito à diversidade, a diferença e a redução das desigualdades como parte de sua prática pedagógica.
Observa-se que professores e gestores das instituições estão com os olhares voltados ao processo de inclusão, mas ainda há muito a se investir para que sejam realizadas práticas inclusivas multiculturais. Os seus esforços não conseguem abranger todos os grupos existentes na sala de aula.
Tentar identificar as minorias identitárias e conhecer as diferentes culturas são práticas realizadas nas instituições existentes. Contudo, cabe aos professores e gestores uma formação para que possam agregar as suas práticas, ações que dialoguem com as que eles já
praticam relacionadas a detectar as diferenças, fazendo com que essas minorias se sintam parte integrante do todo, sem que haja um grupo dominante e um dominado, de forma a haver a troca e o aprendizado de ambos os lados e a valorizando a diversidade e a justiça social.
Destacamos a importância de refletir sobre o multiculturalismo e suas articulações na educação como um todo, e em especial com o educador.
Pode se perceber que a educação, essencialmente a formação de professores, não podem mais omitir à questão multicultural presente na sala de aula, no currículo das escolas e no contexto escolar como um todo. Desmistificar a prática da inclusão como um aspecto a ser trabalhado em momentos estanques, ou seja, dispor de uma disciplina específica para enfocar as questões referentes à inclusão. O ato de incluir deve ser constante e contínuo.
É de suma importância preparar os professores para refletirem e ministrarem suas aulas, através de atividades que priorizem a diversidade cultural, fazendo do ambiente escolar um lócus onde diferentes identidades coexistam de forma respeitosa e enriquecedora para todos os envolvidos.
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