O número de acidentes com caminhões aumentou este ano nas rodovias federais que cortam o Espírito Santo.
Numa comparação entre os primeiros semestres de 2020 e de 2021, houve um crescimento de 37% nas ocorrências das BRs 101 e 262.
Entre janeiro e junho do ano passado, foram registradas 247 ocorrências. Já neste ano, no mesmo período, foram 339. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Espírito Santo e foram coletados a pedido do Folha Vitória
No comparativo, em todos os meses, os acidentes cresceram. O aumento foi maior se considerar o mês de abril: no ano passado esse mês registrava 38 acidentes. Este ano, foram 63. Aumento de 65%.
E a tendência é que a estatística se mantenha crescente. Julho começou e, em seus primeiros 12 dias, foram registrados três acidentes envolvendo caminhões nas rodovias federais, sendo dois no mesmo ponto.
No dia 1º de julho, uma carreta transportando batatas tombou, no final da manhã, na BR 262, próximo ao km 080, em Domingos Martins, na Região Serrana. A carroceria do veículo caiu em uma ribanceira. Já parte da cabine do motorista ficou no acostamento. O motorista teve ferimentos leves na cabeça.
No dia 7 de julho, no mesmo local, três pessoas ficaram feridas em um acidente em que um caminhão carregado com laranjas tombou em uma curva e acabou atingindo dois carros de passeio.
Acidentes nas rodovias federais envolvendo caminhões e carretas:
Em 2020 Em 2021
Janeiro: 43 Janeiro: 52
Fevereiro: 39 Fevereiro: 46
Março: 44 Março: 57
Abril: 38 Abril: 63
Maio: 46 Maio: 64
Junho: 37 Junho: 57
Total: 247 Total: 339
Comércio eletrônico e inexperiência de motoristas de veículos de passeio como causas de acidente.
O consultor de trânsito e mobilidade, engenheiro André Cerqueira, integrante do Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito (Movitran), analisou os dados e aponta que há uma defasagem na evolução das rodovias brasileiras.

“O número de veículos cresceu, as demandas para este tipo de modal também se ampliaram e, de forma geral, as estradas continuaram as mesmas”, critica.
Segundo Cerqueira, uma primeira interpretação do aumento da frequência de acidentes envolvendo carretas e caminhões pode estar no fato de que o transporte de cargas e produtos aumentou, num cenário de pandemia.
“O comércio eletrônico, que sofreu um boom por causa das exigências de isolamento social, exige uma movimentação maior, com reposição de estoque, entrega de matéria-prima. Tudo isso aumenta a frequência de veículos de carga nas nossas rodovias”, explica.
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