O Ministério Público do Espírito Santo ( MPES), denunciou o prefeito de João Neiva, Paulo Sérgio de Nardi (Republicanos), conhecido como Micula, por compra de votos e lavagem de recursos. Em 1º de outubro de 2022, véspera do primeiro turno das últimas eleições, Micula foi flagrado pela Polícia Rodoviária Federal ( PRF) com santinhos de candidatos, R$ 7,2 mil em espécie e vales-combustível dentro do carro.
Além de pedir a condenação do prefeito, o MP pleiteou ainda que a Justiça autorize a quebra do sigilo bancário dele para verificar a origem do dinheiro encontrado no veículo.
“Os itens apreendidos em poder de Paulo Sérgio Nardi demonstram que o agente já estava executando o crime de compra de votos, já tendo dado início ao iter criminis (caminho do crime, em latim), não se tratando de mera cogitação ou preparação. O denunciado estava na iminência de entregar as vantagens aos eleitores de seu domínio político, tendo sido flagrado no exato momento em que se deslocava de posse do material ilícito para o exaurimento do crime”, escreveu o promotor eleitoral Egino Gomes Rios da Silva.

Paulo Sérgio de Nardi, o Micula, prefeito de João Neiva. (Prefeitura de João Neiva/Divulgação)
“[…] o denunciado não demonstrou a origem lícita do numerário que estava em sua posse, havendo indícios robustos de que tais valores eram produto de crime anterior, consistente em doação eleitoral não contabilizada (caixa dois eleitoral – art. 350 do CE)”, diz a denúncia.
Prefeito não quis fazer acordo
Segundo a denúncia, foi proposto ao prefeito um acordo de não persecução penal (ANPP). Nesse dispositivo, o acusado admite ter cometido o crime e, em vez de responder ao processo de forma tradicional, cumpre algumas medidas determinadas pelo Ministério Público. O acordo precisa ser aceito pela Justiça, que monitora o cumprimento das medidas alternativas. Ao final, o processo é extinto.
O prefeito, contudo, não confessou o crime e nem aceitou o acordo. Por isso, o processo prosseguiu.
O advogado Jefferson Soares Agostinho afirmou que não teve ciência sobre a denúncia e que, por isso, não poderia se manifestar.
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